domingo, 17 de junho de 2007

ABOLIÇÃO DAS AVALIAÇÕES E O DECLÍNIO DA QUALIDADE DO ENSINO

Deu no Ex-Blog do Cesar Maia 11/06/2007

“CICLOS: CONSELHO GERAL DE ENSINO DA GB QUER ADOTAR EM GERAL!
The Guardian, 9/06/2007-. ( www.guardian.co.uk ) Todos os exames devem ser abolidos para crianças menores de 16 anos, por causa do estresse provocado e que faz com que os alunos se insurjam contra a própria educação, segundo um conceituado corpo de professores. Num ataque notável à política do governo britânico de prosseguir com a política de exames para crianças a partir do primeiro ano primário, o Conselho Geral de Ensino está clamando por "uma revisão urgente e fundamental do regime de provas". Num relatório, o Conselho afirma que os exames não estão resolvendo a implementação de padrões de educação, levando as crianças à desmotivação e ao estresse, além de encorajar os adolescentes atingidos a abandonar a escola.”

COMENTO
Essa guerra contra as provas e outras formas de avaliações começou com a pedagogia chamada humanista, que tomou corpo no início dos anos 60 e acabou por dominar em todo seu espectro o construtivismo, a filosofia educacional com maior ênfase no Brasil. A pedagogia humanista é aquela mesma que tornou famosa uma experiência educacional inglesa: A Escola de Summerhill.
O fundador da escola, A. Neill, acreditava que coerções, direcionamentos, punições, frustrações constituem uma “educação pelo medo”. Por isso, uma educação democrática e libertadora deveria investir na capacidade que cada criança tem de decidir o que quer, quando quer e como quer no âmbito educacional. Tais pressupostos foram postos em prática na experiência de Summerhill. Nela, é a criança quem decide sobre o que deseja aprender: matemática, história, geografia, artes etc ou mesmo se só deseja recreação. Não raro acontece de alunos de 15/16 anos de idade ainda não saberem ler, escrever ou calcular com correção.
A Escola de Summerhil, embora fracassando, legou a um conjunto sempre crescente de intelectuais ativistas suas teses e bases teóricas, entre elas a idéia de que nenhuma avaliação feita por outro pode ter melhor qualidade que a própria auto-avaliação e de que a função da educação está subordinada à auto-expressão da criança. Daí para a abolição das avaliações foi um passo que não exigiu muito esforço.
Essas idéias foram integral ou parcialmente assumidas pela pedagogia brasileira.
O EQUÍVOCO
A idéia fundamental de que a criança deixada ao sabor de suas escolhas venha a fazer as escolhas mais compatíveis com a civilização não se confirmou na prática. Há na criança um núcleo impulsivo (tendência ao prazer imediato, diria Freud) que precisa ser controlado de fora (função paterna) para que o indivíduo aceda à cultura. Uma criança que não foi controlada de fora (heterocontrole) não alcança o autocontrole, tornando-se presa da impulsividade.
Essa idéia singela (uma função paterna controladora) presente em toda a evolução histórica da civilização precisou ser posta de lado para mostrar sua fundamentalidade. Os frutos da educação da autoexpressão, “a olho nu”, revelam uma juventude desorientada, muito mais disposta a resolver conflitos pela violência, proliferação da drogadição, prolongamento da adolescência e imensa dificuldade em assumir compromissos.
CONSEQUÊNCIAS PARA A EDUCAÇÃO
A conseqüência mais grave da abolição das provas é o mascaramento do aproveitamento escolar. As situações de subdesempenho não são detectadas gerando dois problemas extremamente graves. Primeiro, para o indivíduo, que, somente muito depois, perceberá sua condição inferior de aprendizagem e talvez já muito tarde para se animar a uma recuperação, acabando por evadir-se do sistema escolar.
O outro problema é para o sistema como um todo. Não detectando os problemas no tempo em que ocorrem, os gestores não podem intervir, redirecionando, corrigindo equívocos e imperfeições, findando em um rebaixamento geral de todo o sistema. Ocorre a perpetuação da ineficácia.
CONCLUINDO
Obscurecer as avaliações para evitar conseqüências desagradáveis para o aluno, como as reprovações, é falso remédio. Não se querer dizer ao aluno que ele ainda não está apto para avançar por temor de rebaixar-lhe a auto-estima é ilusão infantil. Amadurecer é conseqüência dos inevitáveis confrontos com a realidade, sem os quais o indivíduo se torna permanentemente infantil. Não é à toa que vivemos, hoje, um tempo em que os jovens apresentam enormes dificuldades para aceitação das limitações pessoais e para assumir responsabilidades.
Edson Moreira

sexta-feira, 8 de junho de 2007

REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL NO CHILE

Deu no blog do Cláudio humberto (www.claudiohumberto.com.br) hoje 08/06/2007 12:41. Retorno abaixo para comentar

"Chile reduz maioridade penal para 14 anos. A partir de hoje, dia 8, todos os jovens chilenos acima dos 14 anos de idade que cometam delitos vão enfrentar uma nova lei penal juvenil. Até agora, como no Brasil, os jovens delinqüentes e criminosos eram considerados inimputáveis. No Chile, a responsabilidade penal era aplicada apenas a partir dos 16 anos. O governo chileno agora realiza obras de infraestrutura nos centros fechados e semifechados do Serviço Nacional de Menores."

COMENTÁRIO
Curioso o esquerdismo brasileiro. É contra a redução da maioridade penal no Brasil, mas não dá nem um pio ao limite de 16 anos em Cuba e aos 14 anos no Chile (agora governado pela esquerdista Michele Bachelet).

É triste perceber que no Brasil há um clima de adulação, defesa e estímulo aos delinqüentes juvenis. É óbvio que essa conduta os leva a sentirem-se vítimas, aumentando seu ódio, ressentimento e comportamento agressivo. A instância moral interna (superego, como diria Freud) deixa de atuar como freio aos comportamentos agressivos e passa a justificá-los. O resultado é essa tragédia de 50.000 assassinatos por ano. Pode piorar? Pode.

E.M

quarta-feira, 6 de junho de 2007

LINGUAGEM POLITICAMENTE CORRETA, REALIDADE POSTIÇA E NEUROSE

Conforme afirma o filósofo Olavo de Carvalho, a mente humana não raciocina através de dados sensíveis, mas através de símbolos, especialmente os símbolos lingüísticos. Conquanto uma linguagem evolua naturalmente para a melhor correspondência possível com a realidade, meios artificiais interferentes podem alterar radicalmente sua capacidade representativa, criando uma realidade postiça, só existente no plano da linguagem. A partir desse ponto, o pensamento e o raciocínio ficam seriamente comprometidos.
Entre os artificialismos deturpadores da relação linguagem-realidade está o modismo politicamente correto.
Iniciado nos Estados Unidos, o modismo politicamente correto tomou forma e foi exportado para o mundo.
O distanciamento da realidade, sua truncagem e escotomas produzidos pela linguagem politicamente correta deriva para o ridículo, o humorístico e o autoritário toda a busca de conhecer e compreender a realidade. A realidade se torna inapreensível enquanto a linguagem vai-lhe tomando o lugar, até que, ao final, não sobra mais realidade para ser conhecida, somente uma linguagem para ser exercitada.
Alguns exemplos vêm a calhar: o cachaceiro se torna dependente de álcool, o assassino se torna condenado por homicídio, o mendigo se torna morador de rua, o impotente sexual se torna portador de disfunção erétil e, pasmem, anão se torna portador de nanismo. É tal o esforço para desidratar a palavra de seu referente concreto, elaborado através dos anos, pelos embates com a realidade sensível e filtragens culturais que, ao final, parecem, as palavras, entidades ideais saídas de um reino ainda inexplorado.
Embora tendo sido forjada pelo movimento esquerdista com declarado objetivo político, a linguagem politicamente correta somente se sustenta porque encontra eco em alguma necessidade psicológica ainda não devidamente esclarecida. Vou identificar essa necessidade naquilo que Freud chamou negação. A negação (denegação) é um dos mecanismos de defesa do ego, auxiliar da repressão, desta se distinguido pelo maior acesso do sentimento (ou pensamento ou desejo) reprimido à consciência. Enquanto na repressão o desejo tem seu acesso totalmente bloqueado à consciência, na negação o desejo já se faz percebido pela consciência, sendo, contudo imediatamente recusado por causar, ainda, grande sofrimento à pessoa.
Assim, por exemplo, uma pessoa que é realmente filha de uma puta, pode negar a relação para não sofrer uma tamanha dor moral (ser filho de uma puta deve, realmente, ser muito difícil de aceitar). Mas como negar um fato que é público e notório? Aí entra a linguagem politicamente correta. Muda-se de “filho da puta” para “filho de uma profissional do sexo”. Não podendo negar o fato, muda-se o nome do fato. Dessa forma, o sujeito não precisa tomar consciência plena da repugnância que tem por sua condição.
O modelo explicativo serve também para toda a variedade de substituições da linguagem politicamente correta. Um anão que não aceita a palavra anão, na verdade não aceita é sua condição de anão. Se nega e projeta no “outro” a hostilidade que é contra si.
A linguagem politicamente correta gera, em conclusão, uma falsa realidade, induzindo à neurose, vez que evita o doloroso, mas saudável confronto com as próprias limitações e com a realidade.
E.M.

domingo, 3 de junho de 2007

Escaramuças Chavez x Congresso brasileiro

Carta enviada ao "O Popular" criticando sua cobertura aos desacatos de Chavez à democracia e ao congresso brasileiro


Go 02/06/2007
Senhor Redator de “O popular” .
Cm relação à cobertura das escaramuças entre Hugo Chavez e o Congresso brasileiro feita por esse veículo democrático, que é “O Popular”, gostaria de apontar o tratamento editorial equivocado com que abordou a matéria. A edição de hoje afirma que as declarações de Chavez taxando o Congresso brasileiro de “papagaio dos Estados Unidos” foram repudiadas pelo presidente Lula. Não está correto. O presidente Lula se limitou a dizer “Chavez cuida da Venezuela, eu cuido do Brasil”. Onde está o repúdio aí? Sequer um reparo houve. A fala do presidente Lula foi absolutamente acaciana. Poderia ele dizer o contrário? Que Chavez cuidaria do Brasil e Lula da Venezuela? É preciso aprofundar na investigação da passividade do presidente Lula ante a safra de neopopulistas latinos, em especial em relação a Chavez. Seria por simpatia? Simpatia a Chavez não equivale a antipatia à democracia? Seria alguma espécie de acordo entre as esquerdas latinas e assim sendo, não configuraria crime o presidente agir segundo acordos transnacionais à revelia do Congresso brasileiro? São questões que estão em aberto e a necessitar de maior atenção de “O Popular”. Mais uma vez grato pelo espaço democrático
Edson Moreira Borges

sexta-feira, 1 de junho de 2007

Carta aberta do professor Elcio Abdalla em 01/06/2007

A mensagem abaixo foi divulgada pelo professor Elcio Abdalla, diretor do Departamento de Física-Matemática, literalmente seqüestrado em seu direito de trabalhar e liberdade de ir e vir por um dos inúmeros grupos comuno-fascistas que grassam na Universidade e na sociedade brasileiras. Pela gravidade do fato (veja que Chaves mantém seu poder com base nesses grupos), reproduzo aqui sua denúncia.
Edson Moreira


Resumo: Mais um exemplo do comportamento da gang comuno-fascista que seqüestrou a USP e é acobertada por parte da grande mídia.

Caros Professores, estudantes, colegas e amigos,Venho tornar públicas ameaças gravíssimas de que fui vítima no dia de ontem. Estava na recepção da ABC (Academia Brasileira de Ciências) quando a senhora Amélia, secretária do Departamento de Física-Matemática, comunicou-me que elementos do Sintusp teriam entrado no departamento. O que é mais grave é que, no Instituto, gritavam meu nome com calúnias e palavras de ordem dizendo que "minha hora haveria de chegar".Segundo alguns estudantes, o "cortejo fúnebre" foi acompanhado por elementos externos à Universidade, havendo até mesmo um conhecido mendigo morador do Jardim Bonfiglioli e elementos do MST. Tal cortejo foi liderado pela senhora Neli, do Sintusp.Considero as autoridades universitárias responsáveis perante a Justiça por minha segurança pessoal, assim como de meus estudantes, secretárias, colaboradores e material comprado com verbas públicas que fazem parte de meu projeto de pesquisa.Gostaria que vocês repassassem este e-mail publicamente, fazendo dele uma declaração aberta. Faço dele também uma carta que pretendo enviar à Magnífica Reitora, responsabilizando-a diretamente por nossa segurança pessoal.Sem mais, agradeço novamente pelo apoio recebido de todos nesta hora em que a Universidade pela qual lutamos durante toda uma vida torna-se presa de fascistas sem caráter, e em que não temos uma reitoria com autoridade suficiente para restabelecer a ordem.Um grande abraço a todos,Elcio AbdallaProfessor TitularChefe do Departamento de Física-Matemática

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