terça-feira, 16 de abril de 2013

OS EMISSÁRIOS DAS TREVAS ENTREGAM MAIS UMA ENCOMENDA


Os emissários das trevas entregaram mais uma encomenda. O terrorismo é, dos crimes, o mais abjeto, o mais torpe e contra ele não se pode ter meios termos. É pavoroso pensar que existem "intelectuais" e "jornalistas" que possam sequer ver no terrorismo uma sombra de legitimidade.Em Boston, as pessoas, gente comum, saíram para correr ou passear em uma tarde de feriado. Muitas voltarão para suas casas sem um braço ou uma perna. Algumas não voltarão mais para suas casas, não voltarão mais para seus pais, seus filhos, companheiro, companheira, amigos, vizinhos. Foram bloqueadas da vida entre uma passada e outra, entre um olhar e outro, entre um sorriso e outro!  É para essa reflexão que publico abaixo o magnífico texto do Reinaldo Azevedo.

O terrorismo transforma o humano em coisa para que possa matá-lo sem remorso. Ou: Considerações sobre uma foto.

As tragédias sempre têm uma foto, uma imagem, que viram uma espécie de emblema. Para mim, a do atentado ocorrido em Boston, nesta segunda, é esta, de John Tlumacki (The Boston Globe/Getty Images).






Roland Barthes escreveu um ensaio sobre fotografia no qual afirma que as imagens têm o que ele chamava “puncta” (plural da palavra latina “punctum”). São os “pontos”, não necessariamente centrais, que atraem o nosso olhar. Um dado muitas vezes periférico da imagem acaba dizendo mais sobre o evento retratado do que as evidências escancaradas.

Voltemos à foto. Chama a atenção, de imediato, a composição da cena em vermelho e negro. Parte desse vermelho é o sangue das vítimas, também da mulher retratada. Nota-se que um naco foi arrancado de sua perna, logo abaixo do joelho. As partes visíveis de seu corpo estão lanhadas; a blusa, rasgada. Os artefatos explosivos certamente continham pregos — ou algo semelhante — para ferir também os que estivessem a uma distância razoável da explosão. No canto superior esquerdo, há uma pessoa deitada.

Tudo isso é constatável à primeira vista. Mas a síntese da tragédia não está nessa composição horrível. Há coisas ainda mais terríveis — que são, estas sim, a síntese da miséria moral terrorista.
Seus olhos miram o nada. Seus olhos estão voltados para a incompreensão. Seus olhos são a expressão da catatonia. Ela se confronta com a ausência de sentido. Eu me arriscaria a dizer que, no momento desse flagrante, essa pobre mulher não sentia dor, tristeza, preocupação, ódio, melancolia… Sua alma a abandonara por um instante.
Em estado de choque, podemos ficar literalmente anestesiados — a dor física só chega depois, quando recobramos algum domínio sobre o nosso corpo. O sofrimento moral, por sua vez, requer uma articulação com a linguagem e com a consciência de quem nós somos. Só temos a chance de nos consolar se encontramos o repertório com que expressar a nossa dor. Sem isso, sofremos, sim, mas quase como bichos.
A vida, no entanto, insiste. E aí o meu olhar se desloca para a sua mão direita (a esquerda, presume-se, fala a mesma linguagem). Elas estão pregadas no chão. Ela não quer deitar. Como o animal acuado, mantém-se ereta, dentro do possível, porque, mesmo sem entender o que se passa, mesmo sem saber por que coisa foi colhida, não quer morrer. Vai até o limite de sua força.
No pé deste post, publico outras imagens da tragédia. Há, até agora, apenas especulações a respeito. Ninguém reivindicou a autoria do atentado. Ninguém sabe se há motivação política. Isso importa? Importa, sim, para o futuro e para o tratamento policial que se dará em questão. No que diz respeito à essência do ato, não faz diferença se os autores falam em nome de uma causa ou apenas se consideram injustiçados pelo mundo e querem se vingar.
Todos os crimes são, afinal de contas, crimes, mas é claro que se pode fazer uma hierarquia na escala da abjeção. O terrorismo é o mais asqueroso deles, pouco importam a sua natureza, a sua causa ou as suas justificativas. Não obstante, nestes dias, há intelectuais que flertam abertamente com suas possíveis virtudes; que veem em atos dessa natureza uma expressão, ainda que um tanto distorcida, do humanismo. É o caso do intelectual marxista esloveno Slavoj Zizek, que sai fazendo a sua cantilena maldita mundo afora, encontrando eco, inclusive, em universidades dos EUA, que já passaram pelo 11 de Setembro.
No Brasil, Zizek e sua tese ganharam uma resenha elogiosa assinada pelo professor da USP Vladimir Safatle. O texto foi publicado no Estadão — sim, no Estadão! — no dia 11 de janeiro de 2009. E eu jamais deixarei que vocês se esqueçam disso, que o Estadão se esqueça disso e que o próprio Safatle se esqueça disso. A cada vez que eu vir uma foto como a daquela mulher e as que se seguem abaixo, farei com que vocês se lembrem disso, com que o Estadão se lembre disso e com que Safatle se lembre disso. É bom notar: terroristas costumam armar suas bombas em aparelhos clandestinos, fétidos, escondidos de toda gente. Intelectuais que justificam seus crimes costumam estar nas universidades, nas bibliotecas e escrevendo em jornais.
O terrorismo desumaniza o outro para que possa matá-lo sem remorso — mais ou menos como o professor Satafle, em certo artigo, desumanizou o feto, chamando-se de “parasita”, para tentar convencer o seu leitor que legalizar o aborto é uma postura correta e moralmente aceitável.
As vítimas do terror, como evidencia aquela foto, são transformadas em “coisas”. Por alguns instantes, não sentem nada, nem dor nem paixões. Grudam, como animais acuados, os membros no chão, num último esforço para que a vida não as abandone. 








segunda-feira, 15 de abril de 2013

CASAMENTO GAY, MOVIMENTO GAY E HOMOSSEXUALIDADE




Talvez pelo fato de ser eu psicólogo e psicoterapeuta, alunos e amigos me perguntam frequentemente sobre questões ligadas à homossexualidade. Ultimamente, os questionamentos aumentaram muito em razão do deputado Feliciano, pastor evangélico, ter sido eleito (eleição de lideranças) para a presidência da comissão dos direitos humanos da Câmara dos Deputados.
A questão é complexa e multifacetada; por isso querer tratá-la em bloco único, mais confunde que esclarece. Tendo em conta essa variedade, vou tratar do assunto em três blocos distintos:
O problema do casamento gay, o problema do movimento gay e a questão da homossexualidade.
1.       O CASAMENTO GAY. Para se avaliar o casamento gay, deve-se levar em conta o que representa o casamento em nossa sociedade e cultura. É chavão, dizer que “a família é a célula mater da sociedade”. Mas se olharmos em mais detalhes, vamos ver que a afirmação se amplia de sentidos e se eleva acima dos chavões. Se pararmos para pensar um pouquinho, vamos perceber que as pessoas  nascem e crescem no seio de uma família. Pode ser pobre, rica ou remediada. A não ser em situações de absoluta inépcia dos pais, ou sua falta, é que as crianças são acolhidas em instituições sociais. Mas por que é assim? Por que as crianças não são criadas por aparelhos estatais em vez da família? A resposta é: porque é melhor para a criança. É na família que a criança primeiro desenvolve habilidades e forma vínculos afetivos estáveis. Uma instituição até poderia atender  à primeira das funções, mas como  poderiam cuidadores, em revezamento permanente, em uma instituição criar uma estabilidade emocional tal que produzisse a estabilização da função materna ou paterna? A relação pais/filhos é de uma natureza insubstituível. Os pais olham para o filho como sendo sua continuidade e os filhos olham para os pais como fonte e origem e é esse mútuo olhar que cria o vínculo de cumplicidade, aceitação, proteção e fusão. É por razões dessa natureza que a família é o fundamento próprio da sociedade. Noutras palavras, a sociedade pode subsistir a uma família modificada, mas jamais resistiria à extinção da família.
Por outro lado, sabe-se que a família começa com um casamento. O casamento tem uma estrutura, uma função e uma história. A estrutura é a união de um homem a uma mulher. A função é a formação de uma família. As pessoas não se casam para praticar o sexo. As pessoas se casam para formar uma família. O sexo é o meio de consumar a formação da família com a geração dos filhos, mas não a finalidade do casamento. Isso é assim mesmo que a pessoa não tenha clara consciência no momento do casamento. Ademais, sabe-se, nos dias de hoje, que há muita liberdade para a prática sexual fora do casamento. Ao mesmo tempo, há casamentos em que o sexo se esgotou, mas a família, não. Provisoriamente, vou dizer assim: o casamento entra em pauta quando o relacionamento transcende o sexual e foca em filhos e família. Essa consideração, por si só, já dificulta muito o estabelecimento de um casamento gay.
Disse acima que o casamento tem uma história. O casamento surgiu quando o simples acasalamento, presente no mundo animal, se tornou insuficiente para o anseio espiritual do ser humano. Uma relação de unidade profunda entre homem e mulher, com vistas à formação de uma família, passou a ser preponderante. Na cultura ocidental judaico-cristã, o casamento consagrou o modelo de família que até hoje é dominante, com algumas poucas alterações ao longo do tempo. Entre os hebreus, ainda na Palestina, o casamento era poligâmico para o homem, mas, com o cristianismo, passou a ser monogâmico. Sempre ordinariamente indissolúvel, hoje, é possível o divórcio e a convolação de outro casamento.
Apesar dessa última mudança (adoção do divórcio e uniões informais), o casamento manteve intacta sua prerrogativa de ser o fato gerador da família e, por consequência, o pilar central da sociedade. Daí sua importância devastadora e a razão da preocupação de quem se preocupa com os rumos de nossa civilização.
NÃO AO CASAMENTO GAY. Por que? Logo antes dissemos ser a nossa civilização baseada na cultura judaico-cristã. Pois bem, o casamento gay abre um claro e profundo rasgo nos valores dessa cultura. Não precisa ser um expert em exegese bíblica para, do Livro Sagrado, retirar várias obstruções a uma pretensão dessa ordem. Se fosse apenas uma perturbação aos valores judaico-cristãos ainda assim seria perniciosa sua adoção. Mas o precedente de um casamento gay afeta toda a estrutura de nossa sociedade. Afinal, por que não poderia, depois, voltarmos aos casamentos poligâmicos? Ou casamento entre pai e filha, ou mãe e filho? Ou entre irmãos? E, num horizonte mais distante, mas não impossível, o casamento entre um adulto e uma criança. Por essas razões, pelo risco do desmantelamento de toda a civilização judaico-cristã ocidental é que o casamento gay deve ser considerado um erro fatal de nossa sociedade. Nunca é demais dizer que quando se destrói a cultura de uma civilização, ela se torna presa fácil de uma outra mais forte e mais convicta de seus valores. A expansão muçulmana está aí para provar o que digo.
2.       O MOVIMENTO GAY. Esse movimento consiste na organização de grupos de ativistas, que a pretexto de combate ao preconceito e à homofobia (em artigo futuro, vou esclarecer e demonstrar que homofobia é uma doença psiquiátrica grave, razão pela qual não se deve xingar alguém de homofóbico, sem que haja uma observação acurada dos sinais e sintomas da doença). Contudo, esses grupos, de clara vinculação esquerdista, na verdade, não tem a preocupação com bem estar dos homossexuais como meta, mas como pretexto. Provo isso demonstrando que seus líderes não movem a mais mínima crítica a tiranias esquerdistas que maltratam, torturam e excluem os homossexuais, como ocorre com CUBA, além de defenderem e apoiarem um tirano que, simplesmente, manda matar os homossexuais, como AHMADNEJAD do Irã. É sintomático que contra esses países, cujas práticas são realmente homofóbicas, os movimentos gays não abrem o bico. Se procurarem, você os verão a criticar Europa e Estados Unidos (onde os homossexuais são bem tratados), mas nunca os verão a fazer moções contra CUBA ou  IRÃ, entre outras ditaduras. É a verdade cristalina: os movimentos gays (que são controlados em muitos casos por não gays - as Martas da vida) buscam o poder para, em formação com os esquerdistas e sob sua direção, instaurar uma forma de socialismo em nossa Nação. Mal sabem eles o que os espera, caso ocorra uma tal transformação revolucionária.
3.       HOMOSSEXUALIDADE. A homossexualidade ainda não tem esclarecidas suas causas. Da mesma forma que a heterossexualidade. São decisões (no sentido do reconhecimento e aceitação de um desejo) que ocorrem em um momento muito primitivo da vida Mas, independente de suas causas, a homossexualidade é um fato. E com esse fato, o homossexual pode reprimir e buscar tratamento (caso acredite que isso possa ajudá-lo – é seu direito!) ou pode assumir e buscar ser feliz com sua escolha. Contudo, penso que ninguém tem o direito de criticar ou condenar um homossexual por buscar um companheiro. É fácil, para quem é heterossexual, que não precisa renunciar à vida amorosa e nem enfrentar a solidão, exigir, inflamado, que o homossexual deixe de ser homossexual e se recolha à solidão. É injusto! É desumano! Por essa razão sou completamente favorável a que a pessoa seja respeitada em sua orientação, seja homo ou heterossexual  (ad astra per angusta).








sábado, 13 de abril de 2013

A INDÚSTRIA DO OPRIMIDO




Não tenho todos os dados objetivos, mas acredito que em nenhuma outra época o Brasil congregou tanta gente, tantas organizações, tantos conceitos  em torno de uma suposta defesa dos “oprimidos” e suas variantes: “excluídos”, “minorias” etc  etc. Há até um ministério para cuidar desse assunto.
Assim, entre nós se criaram os chamados “campos sociais de lutas”: luta do movimento gay; luta do movimento pela consciência (oops!) negra; luta pela libertação (oops!)  da mulher; luta pela proteção da infância; luta pelos sem-terra; luta pelos sem-teto; luta pelos índios; luta pelos quilombolas; luta contra o tabagismo; luta pela liberação da maconha etc etc. É uma lista sem fim.
É preciso ressaltar que todo movimento que luta por alguma coisa, na prática ele luta contra uma outra coisa. E o grande “inimigo” desses movimentos deverá ficar sugerido ao final deste artigo. Antes, porém, deve-se ter em mente que esses grupos se organizaram em ONGs, através das quais captam recursos e se tornam “donas” daquela minoria. É a essa relação OPRIMIDO – DINHEIRO, que chamo de “INDÚSTRIA DO OPRIMIDO” que vou tratar nesse artigo.  É tanto dinheiro, poder e prestígio arrecadado, que essa INDÚSTRIA DO OPRIMIDO  já se tornou o meio de vida de milhares de pessoas. É claro que esses BARÕES DA BONDADE FINGIDA não querem  ficar sem seus polpudos rendimentos e prestígio. A consequência é  buscarem acentuar cada vez mais a percepção de injustiça para  perpetuarem sua “luta” e, com ela, seus rendimentos.
Vou dar um exemplo para ilustrar o que foi dito. Veja  a chamada luta antirracismo. As ONGs “donas” dessa causa são incontáveis, algumas delas milionárias, mas quais mesmos são os resultados alcançados?
1- Raça e consciência negras. O termo “raça” foi aplicado pelos escravagistas que precisavam justificar sua atividade. Havendo “raças”, ficaria patente a diferença essencial entre o negro e o branco. Ou seja, fortalecer o termo raça é fortalecer o preconceito. É ratificar o preceito escravagista. Pois bem, intelectuais percebendo o risco do uso do termo raça, passaram a condená-lo como expressão do racismo, a partir dos anos 1960 (pesquisem moçada). Com o início dos atuais movimentos de minorias (meados da década de 80), a primeira medida estratégica foi restabelecer o termo “raça”, e aí restaurou-se a raça negra, a raça branca, a raça amarela etc. Isso foi bom para o negro? Sentir que pertence a uma outra raça? Como ocorre com os cães? Claro que não! Mas foi bom para os LORDs que estimularam essa anomalia. Na verdade, o que se queria não era a harmonia, mas a guerra social. Conseguirão? O que dizer sobre “consciência ou orgulho negro”? Por diferenciação, então existiria uma consciência branca? E o orgulho branco? É tão estúpido considerar a pessoa pela cor da pele que esse tipo de afirmação beira ao cômico, não fosse trágico. Como posso ter orgulho de ser negro? Ou branco? É o mesmo que ter orgulho de ter o pé grande ou o nariz pequeno. Penso que só devemos ter orgulho de ações e comportamentos. Nunca de uma fortuidade ao nascimento.
2 – Regime de cotas para negros nas universidades. Um negro entrar na universidade tendo  média inferior à de um branco  é mesmo um avanço? Absolutamente, não! Por dois bons motivos: primeiro, sedimenta na mente do negro que ele é incapaz de alcançar o desenvolvimento que o branco consegue. Portanto, é inferior! E não adianta dizer para ele que  é merecedor dessa mãozinha, por reparação histórica. Intimamente, ninguém acredita nisso. O sujeito quer mesmo é vencer  competindo de igual para igual! Segundo, cria uma situação de injustiça, afinal, o que um jovem branco fez para merecer ser passado para trás tendo melhores notas? Alguém pode argumentar: “ele não, mas seu tatataravô foi escravagista". É mentira. Na época da escravidão, poucos eram os senhores escravagistas; a grande maioria dos brancos era pobre, como ainda hoje é,  e não possuía escravos. Alguns brancos sequer escravagistas foram, como os italianos e alemães que para cá vieram a partir do início do sec XX, quando já não havia escravidão no Brasil. A hipótese de “reparação histórica” é absolutamente estúpida e injusta.
Mutatus mutandi, o  atraso que a chamada “luta antirracista” produziu e produz à melhoria da vida das pessoas de pele escura, também se aplica aos demais chamados “movimentos sociais de lutas”. Para ilustrar, como esses movimentos nada ajudam dou como exemplo as mulheres: na década de 1940, as mulheres ocupavam menos de 3% das vagas dos cursos superiores. Hoje, já são a maioria nas faculdades e universidades do Brasil. Sem cotas ou medidas legais extraordinárias. Somente o desejo de avançar e uma ação decidida podem construir, verdadeiramente, uma vida melhor. Qualquer artificialismo só atrapalha!

Afirmei no início que há um inimigo comum, contra o qual todos esses movimentos convergem sua hostilidade. É superficial supor que todo esse bom-mocismo vise apenas o enriquecimento desses “mercadores dos bons sentimentos”. O alvo, ainda que insconsciente para alguns, é a democracia representativa. E com ela, a liberdade. O movimento revolucionário nunca desistiu e nunca desistirá de instituir um estado onipresente, que controle a vida de todos. Tentou com nazismo, tentou com os vários populismos, tentou com o fascismo, tentou com o comunismo e agora tenta com os chamados “governos populares”. É o estado entrando na sua casa e determinando o que você pode ou não fazer. Já não há aí uma lei em tramitação que pune o pai por aplicar uma palmada no filho? Uma outra que coloca como obrigação “legal” o pai dar amor ao filho? (como se fosse possível resolver a vida afetiva das pessoas por imposição estatal). Esses santos do ativismo social são, na verdade, lobos em pele de cordeiro. “De nihilo nihil”.

domingo, 7 de abril de 2013

ASSIMETRIA E BOM-MOCISMO NO CASO DANIELA MERCURY




O Brasil já não surpreende. Assusta!
É tanta tentativa de parecer bonzinho e engajado em causas “bacanas” (politicamente corretas) que o exagero já começa a apresentar seu viés fascista. Há um  dito popular que afirma mais-ou-menos isto: “depois que o dragão põe a cabeça para fora da caixa, é muito difícil voltar com ele para a dita caixa”. O dragão aqui é a manipulação agressiva que grupos minoritários (porém bem organizados e financiados) querem impor ao conjunto da sociedade.
Só a título de exemplo, eu apresento o caso mais recente em que a cantora Daniela Mercury se declarou homossexual e apresentou sua “esposa” em rede nacional. Esposa foi o termo usado pela cantora. É uma verbalização meio retrô para quem se quer muito moderninha, né. Mas Daniela Mercury ter uma “esposa” não é o foco deste artigo. O foco aqui é outro, ou outros.
Primeiro, a cantora foi ao Fantástico (Rede Globo, 08/04/12) e com ares de oprimido em  guerra santa  contra o preconceito declarou o quão árdua tem sido sua luta. É uma tremenda mentira, pois se há um grupo que conta com amplo apoio e defesa de ONGS, UNIVERSIDADES e IMPRENSA é o grupo dos ativistas gays. Ativista gay é o cara mais paparicado da mídia. Nenhum jornalista, eu disse, nenhum, faz a mais mínima censura ou crítica às escolhas homossexuais. É o troço mais malicioso inventar um inimigo que não existe e fingir sofrer uma opressão que não sofre. Concordo que o gay, em sua grande maioria, sofra um grande e dramático conflito interior, mas isso nada tem a ver com opressão ou coisa que o valha. Tem a ver com uma consciência acusatória e para isso só a auto-aceitação genuína é remédio. O processo é interno e não externo.
Mas para não ficar só no blá-blá-blá eu apresento as evidências.
Como se sabe, Daniela Mercury estava meio esquecida da mídia. Eu não a via em televisão há tempos. Mas foi só apresentar sua “esposa” midiática que apareceu em tudo quanto é jornal e programa de televisão. Um sucesso total! Ora, afinal, se trata de uma mulher, mãe de dois filhos, que assume para o Brasil inteiro sua, como diria, “conversão” à homossexualidade. Estardalhaço total!
Mas pensem aí com seus botões: a também cantora Ana Carolina, depois de um longo período homossexual, está em um relacionamento com um homem. Vocês viram alguma vez, alguma televisão entrevistá-la para falar de sua “luta para assumir-se HETEROSSEXUAL”?  Nada, nadica de nada. O mesmo ocorreu há mais tempo com a ZIZI POSSI. Como se sabe, essa excelente cantora também teve lá seu período homossexual, tendo chegado a viver com a também cantora Angela Rô-Rô. houve algum estardalhaço por sua conversão à HETEROSSEXUALIDADE? Nada, nem a mais miserável referência.
Moral da história: tornar-se homossexual é muito mais “heróico” e rende muito mais IBOPE que o seu contrário. Há uma aura de admiração em quem se torna (ou declara) homossexual, enquanto retornar aos trilhos da heterossexualidade é coisa de gente babaca,  conservadora.
É claro que isso é assimétrico e imensamente burro. Embute-se aí a idéia de que as pessoas são boas ou más conforme sua orientação sexual. Rematado ridículo, pois se sabe, por óbvio, que há heterossexuais canalhas nas mesmas bases em que há também homossexuais canalhas. A grandeza do caráter não pode ser vinculada a esse tipo de acidente. Quando você, leitor, deparar com situações similares, treine sua inteligência para não cair nesse engodo. 
O perigo que se corre, que foi declarado no início desse artigo, é o de que a consciência individual passe a mimetizar as determinações dos grupos que têm vez e voz na mídia. É o retorno dos métodos nazi-fascistas-comunistas de controlar a consciência humana! TODO CUIDADO AQUI É POUCO. Orai e vigiai!

sábado, 6 de abril de 2013

DANILO GENTILI RESPONDE À ACUSAÇÃO DE RACISMO



Há em curso uma ditadura do "politicamente correto". É um tal de não poder chamar (mesmo sendo) o cara de gordo ("imagem visual alternativa"), de preto ("afrodescendente"), de puta ("profissionaldo sexo"), de anão ("imagem visual verticalmente prejudicada"), de maconheiro (dependente químico), de cachaceiro ("alcoolista") etc etc. É tanta restrição da linguagem para que todos pareçam bonzinhos e iguaizinhos que tinha que dar na burrice que vai abaixo. Felizmente,  ainda há pessoas inteligentes e corajosas. Veja o caso em que se meteu (foi metido) o DANILO GENTILI: (gentileza do blog thelittlehappiness).


O humorista Danilo Gentili postou a seguinte piada no seu twitter: “King Kong, um macaco que, depois que vai para a cidade e fica famoso, pega uma loira. Quem ele acha que é? Jogador de futebol?”
A ONG Afrobras se posicionou contra: “Nos próximos dias devemos fazer uma carta de repúdio. Estamos avaliando ainda uma representação criminal”, diz José Vicente, presidente da ONG. “Isso foi indevido, inoportuno, de mau gosto e desrespeitoso. Desrespeitou todos os negros brasileiros e também a democracia. Democracia é você agir com responsabilidade” , avalia Vicente.

Alguns minutos após escrever seu primeiro “twitter” sobre King Kong, Gentili tentou se justificar no microblog: “Alguém pode me dar uma explicação razoável por que posso chamar gay de veado, gordo de baleia, branco de lagartixa, mas nunca um negro de macaco?” (GENIAL) “Na piada do King Kong, não disse a cor do jogador. Disse que a loira saiu com o cara porque é famoso. A cabeça de vocês é que têm preconceito. “
Mas, calma! Essa não foi a tal resposta genial que está no título, e sim ESTA:
“Se você me disser que é da raça negra, preciso dizer que você também é racista, pois, assim como os criadores de cachorros, acredita que somos separados por raças. E se acredita nisso vai ter que confessar que uma raça é melhor ou pior que a outra, pois, se todas as raças são iguais, então a divisão por raça é estúpida e desnecessária. Pra que perder tempo separando algo se no fundo dá tudo no mesmo?

Quem propagou a ideia que “negro” é uma raça foram os escravagistas. Eles usaram isso como desculpa para vender os pretos como escravos: “Podemos tratá-los como animais, afinal eles são de uma outra raça que não é a nossa. Eles são da raça negra”.

Então quando vejo um cara dizendo que tem orgulho de ser da raça negra, eu juro que nem me passa pela cabeça chamá-lo de macaco, mas sim de burro.
Falando em burro, cresci ouvindo que eu sou uma girafa. E também cresci chamando um dos meus melhores amigos de elefante. Já ouvi muita gente chamar loira caucasiana de burra, gay de v***** e ruivo de salsicha, que nada mais é do que ser chamado de restos de porco e boi misturados.
Mas se alguém chama um preto de macaco é crucificado. E isso pra mim não faz sentido. Qual o preconceito com o macaco? Imagina no zoológico como o macaco não deve se sentir triste quando ouve os outros animais comentando:
- O macaco é o pior de todos. Quando um humano se xinga de burro ou elefante dão risada. Mas quando xingam de macaco vão presos. Ser macaco é uma coisa terrível. Graças a Deus não somos macacos.
Prefiro ser chamado de macaco a ser chamado de girafa. Peça a um cientista que faça um teste de Q.I. com uma girafa e com um macaco. Veja quem tira a maior nota.

Quando queremos muito ofender e atacar alguém, por motivos desconhecidos, não xingamos diretamente a pessoa, e sim a mãe dela. Posso afirmar aqui então que Darwin foi o maior racista da história por dizer que eu vim do macaco?
Mas o que quero dizer é que na verdade não sei qual o problema em chamar um preto de preto. Esse é o nome da cor não é? Eu sou um ser humano da cor branca. O japonês da cor amarela. O índio da cor vermelha. O africano da cor preta. Se querem igualdade deveriam assumir o termo “preto” pois esse é o nome da cor. Não fica destoante isso: “Branco, Amarelo, Vermelho, Negro”?. O Darth Vader pra mim é negro. Mas o Bill Cosby, Richard Pryor e Eddie Murphy que inspiram meu trabalho, não. Mas se gostam tanto assim do termo negro, ok, eu uso, não vejo problemas. No fim das contas, é só uma palavra. E embora o dicionário seja um dos livros mais vendidos do mundo, penso que palavras não definem muitas coisas e sim atitudes.

Digo isso porque a patrulha do politicamente correto é tão imbecil e superficial que tenho absoluta certeza que serei censurado se um dia escutarem eu dizer: “E aí seu PRETO, senta aqui e toma uma comigo!”. Porém, se eu usar o tom correto e a postura certa ao dizer “Desculpe meu querido, mas já que é um afro-descendente, é melhor evitar sentar aqui. Mas eu arrumo uma outra mesa muito mais bonita pra você!” Sei que receberei elogios dessas mesmas pessoas; afinal eu usei os termos politicamente corretos e não a palavra “preto” ou “macaco”, que são palavras tão horríveis.
Os politicamente corretos acham que são como o Superman, o cara dotado de dons superiores, que vai defender os fracos, oprimidos e impotentes. E acredite: isso é racismo, pois transmite a ideia de superioridade que essas pessoas sentem de si em relação aos seus “defendidos”.

Agora peço que não sejam racistas comigo, por favor. Não é só porque eu sou branco que eu escravizei um preto. Eu juro que nunca fiz nada parecido com isso, nem mesmo em pensamento. Não tenham esse preconceito comigo. Na verdade, sou ítalo-descendente. Italianos não escravizaram africanos no Brasil Vieram pra cá e, assim como os pretos, trabalharam na lavoura. A diferença é que Escrava Isaura fez mais sucesso que Terra Nostra.
Ok. O que acabei de dizer foi uma piada de mau gosto porque eu não disse nela como os pretos sofreram mais que os italianos. Ok. Eu sei que os negros sofreram mais que qualquer raça no Brasil. Foram chicoteados. Torturados. Foi algo tão desumano que só um ser humano seria capaz de fazer igual. Brancos caçaram negros como animais. Mas também os compraram de outros negros. Sim. Ser dono de escravo nunca foi privilégio caucasiano, e sim da sociedade dominante. Na África, uma tribo vencedora escravizava a outra e as vendia para os brancos sujos.

Lembra que eu disse que era ítalo-descendente? Então. Os italianos podem nunca ter escravizados os pretos, mas os romanos escravizaram os judeus. E eles já se vingaram de mim com juros e correção monetária, pois já fui escravo durante anos de um carnê das Casas Bahia.
Se é engraçado piada de gay e gordo, por que não é a de preto? Porque foram escravos no passado hoje são café-com-leite no mundo do humor? É isso? Eu posso fazer a piada com gay só porque seus ancestrais nunca foram escravos? Pense bem, talvez o gay na infância também tenha sofrido abusos de alguém mais velho com o chicote.

Se você acha que vai impor respeito me obrigando a usar o termo “negro” ou “afro-descendente” , tudo bem, eu posso fazer isso só pra agradar. Na minha cabeça, você será apenas preto e eu, branco, da mesma raça – a raça humana. E você nunca me verá por aí com uma camiseta escrita “100% humano”, pois não tenho orgulho nenhum de ser dessa raça que discute coisas idiotas de uma forma superficial e discrimina o próprio irmão.