TÁ FÁCIL DEMAIS!
A
imagem acima é de um paraplégico, ou, como se diz, quando em seu instrumento de
locomoção, um “cadeirante”. Cadeirantes
sempre despertam certa simpatia e solidariedade das pessoas em geral. São
pessoas que buscam superar limitações que a vida impôs e, só por isso, já
carregam uma aura de modelo de heroísmo.
Mas o
cadeirante da imagem não se encontra aí por motivo de louvor ou solidariedade.
Trata-se de um assaltante. Como? Um cadeirante assaltante? Sim senhores. A
insólita situação, até há pouco impensável, vem se avolumando nos últimos anos
com um grande incremento nos últimos meses. Em São Paulo, só este ano, já se
contaram mais de vinte ocorrências. Em Goiânia, também já não é fato inédito os
crimes cometidos por cadeirantes: assalto, roubo, furto, formação de quadrilha
etc.
A
pergunta que não quer calar: Por que? Por que (e como) uma pessoa com
capacidade física tão reduzida se presta a uma atividade em que a capacidade
física é instrumento fundamental para o, digamos, sucesso?
A
resposta, antes de qualquer teoria que algum sociólogo de plantão ponha em
circulação é uma só: tá fácil demais!
A
legislação branda, a autoridade judiciária permissiva, a incapacidade do
aparato repressivo, tudo isso somados, cria uma irresistível expectativa de
impunidade. A impunidade é a vitamina do comportamento transgressivo!
Normalmente,
a imensa maioria das pessoas é conduzida por valores morais que as contêm a
partir de dentro mesmo. Buscam fazer o certo independentemente do cerceamento
policial/judiciário. Contudo, uma minoria não tem os valores morais solidamente
estabelecidos. São pessoas que são controladas pelo temor de, ao transgredir, serem pegas. Essas pessoas necessitam da expectativa da punição para se
controlarem.
É aí
nesse nicho minoritário que a criminalidade cresce. E cresce assustadoramente
porque, cada vez mais, a expectativa da punição está sendo substituída pela expectativa
da impunidade.
A
esse lastimável estado de impunidade, soma-se o agravante da disseminação da regra
da não reação. Sempre há nos meios de comunicação um especialista a afirmar que
o cidadão não deve de forma nenhuma reagir ao agressor, ou seja, deve facilitar
ao máximo a conclusão do crime ( a propósito, sempre que vejo a mídia convocar
um “especialista” para palpitar, saco logo um rolo de papel higiênico). Penso
que a regra deve ser, justamente, o contrário: a reação deve ser o comportamento legítimo e
constante, ficando a não reação para situações de excepcional risco. Por outro lado,
não reagindo, o cidadão vai ficando cada vez mais frágil e o bandido, cada vez mais
à vontade. Ora, ora, então vamos, bovinamente, vencer a alcatéia? Chegamos ao atual estágio porque a bandidagem não encontra
resistência no ato e não recebe punição na consequência. E a coisa pode piorar
ainda muito, pois, no Brasil, o crime compensa. Tá fácil demais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário