"ONDE ESTÁ, Ó MORTE, A TUA
VITÓRIA? ONDE ESTÁ, Ó MORTE, O TEU AGUILHÃO?” (Coríntios 15:55)
Vou falar do óbvio, mas não é verdade
que o óbvio muitas vezes passa despercebido? E onde está escrito que o óbvio é
menos importante que o oculto?
Vou falar um pouco de como percebo a
Ressureição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Adianto que não há, em nenhuma outra
religião a experiência de um Deus Ressuscitado. Em nenhuma religião há a
experiência de um Deus Encarnado. Somente o Senhor Jesus morreu e, do túmulo,
ressuscitou. Isso tem uma importância crucial para o cristão!
Sabemos da existência da morte, mas
não temos, por óbvio, a experiência direta dela. Me parece ter sido o próprio
Freud quem avisou que não temos a simbolização perfeita da morte, porque não
formamos o símbolo para nossa própria morte. Tudo é finitude e tudo o que é
vivo morre! Desde criancinhas, vemos o espetáculo do nascimento e morte
transcorrer na nossa frente. Desde os animais até os entes queridos. Mas não
temos essa experiência voltada para nós mesmos. E, por isso, não temos o
símbolo de nossa própria morte. Aquilo que não pode ser simbolizado é percebido
com a força arrasadora do concreto, do real. E é aí, bem cedo, que começamos a
temer, como coisa concreta, portanto, aterrorizante, a nossa própria morte.
O que é a morte, melhor dizendo, o
que é a minha morte? Sempre um obscuro misterioso ronda essa questão. Às vezes
a questão se desdobra em “o que virá após a morte?”. Haverá uma permanência ou
virá o nada! Para o existencialista materialista, virá o nada. Daí sua visão
trágica, sua busca alucinante por algum sentido para a vida e seu desespero
final de nada encontrar no fundo escuro de seu espírito. Essa impotência, esse
nada final, sempre foram companheiros alucinantes e inseparáveis do homem.
Foi para romper, definitivamente, com
o nada existencial final, que Deus nos enviou seu Filho. É através do Cristo
que aprendemos a superar o espectro da morte, da finitude (e aqui reside sua
riqueza). A morte é uma transposição, um renascimento (não me refiro aqui à
simples condição de ter sido batizado, mas ao estado de espírito de completa
entrega a Deus, que vem e vai, a cada momento, ao longo da vida da pessoa). Na
ressureição do Cristo, o homem já não mais se desespera com a morte, pelo
contrário: sabe que depois da morte se encontrará com Ele.
Eis aí a fundamentalidade da
Ressurreição de Jesus: a garantia de que a alma é imortal! Dada a vida por
Deus, nunca mais voltaremos a ser nada, pois em parte somos como Deus. Enviando
Seu filho para a morte na cruz e o ressuscitando no terceiro dia, Deus nos
comunica o que nos espera e nos completa de esperança e aí podemos conhecer a
plenitude, ainda que imperfeita, ainda que humana, ainda nesta vida. E o
sentimento da mais profunda gratidão a Deus nos invade e penetra em nossa alma
e espírito nos trazendo a paz e a serenidade. E aí podemos dizer com o apóstolo
Paulo: “ONDE ESTÁ, Ó MORTE, A TUA VITÓRIA? ONDE ESTÁ, Ó MORTE, O TEU
AGUILHÃO?”. Uma Feliz Páscoa aos amigos e familiares, no espírito da
RESSURREIÇÃO DO CRISTO!
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