sexta-feira, 8 de maio de 2015

QUANDO FOI QUE O ESTATISMO PROMOVEU O CRESCIMENTO DO BRASIL? OU: PROLEGÔMENOS À ESTUPIDEZ FINGIDA DE BONS SENTIMENTOS.

QUANDO FOI QUE O ESTATISMO PROMOVEU O CRESCIMENTO DO BRASIL? OU: PROLEGÔMENOS À ESTUPIDEZ FINGIDA DE BONS SENTIMENTOS.
                Sabe-se que o Brasil sempre foi atrasado em relação à EUROPA, EUA e outros rincões menos notórios. É angustiante ter plena consciência de nosso atraso ancestral e visceral. Essa  consciência nos gera aquele sentimento invasivo de vergonha oceânica de nós mesmos e de nossos parentes, afinal, o subdesenvolvimento foi “construído” pelos próprios brasileiros, não é mesmo?
                Em vão, tentamos atribuir a fatores alienígenas essa nossa desdita. Já esteve na moda acusar os ingleses, depois os franceses e atualmente os americanos de serem nossos espoliadores (curiosamente, é omitido que nosso principal parceiro comercial, hoje, é a China que nos compra commodities minerais e agrícolas e nos vende manufaturas industriais: filminho repetido com nossos outros principais parceiros comerciais acima citados), mas quando nos livramos das defesas projetivas, a verdade se abre na nossa cara e nos diz: “vocês são os principais responsáveis por seu triste destino” (me vem aqui, de passagem, a obra de Claude Lévi-Strauss: “ Tristes Trópicos”, mas por motivo certamente o inverso ).
                Além das defesas projetivas (acusar os outros por nossos problemas), outras defesas são tentadas como atribuirmos a nós mesmos uma índole preguiçosa ou excessivamente festeira. Também a ganância dos ricos brasileiros foi apontada como causa de nosso subdesenvolvimento. Uma ideia tola, pois propõe que a pobreza existe porque existem os ricos. Os Estados Unidos concentram 70% dos milionários do mundo (segundo a FORBES) e é a nação mais rica entre todas. Pelo raciocínio torto, deveria ser a mais pobre, pois. Alguns já afirmaram ser o calor. Não cola, pois a Flórida tem clima semelhante ao brasileiro e está entre os mais ricos estados da nação americana. Também entram na conta das tentativas de explicar as causas de nosso atávico atraso a nossa origem lusitana ou nossa miscigenação. Para mim, tudo isso são fugas. Mais uma vez a verdade se apresenta na nossa cara e nos diz: ”vocês são mesmo os principais responsáveis por seu triste destino!”. Parodiando aquele quadro humorístico em que o pai constata que o filho se tornara gay, pergunto: “onde foi que erramos?”.
UMA ESTRATÉGIA HISTÓRICA  ERRADA, OS APROVEITADORES E OS ESTÚPIDOS!
                A estratégia de colonização e exploração das riquezas de suas várias colônias adotadas por Portugal pressupunha o máximo de retorno pelo capital investido. O governo central buscava o máximo retorno e, para isso, deveria ter o máximo controle. De tal forma o controle estatal se fez ostensivo, que todas as atividades econômicas da Colônia deveriam passar pelo controlador estatal, que obviamente via aí a oportunidade de enriquecer e fortalecer o estado e enfraquecer a sociedade. É claro que impondo toda uma série de dificuldades, o estado (neste caso, a Coroa Portuguesa) também se tornava o instrumento de solução para os problemas por ele criados. A partir de certo momento, a ideia de que o estado seria um resolvedor de problemas das pessoas se firmou omitindo da memória prática que os problemas foram por ele (o estado) criados. Mas como o estado é pródigo em criar dificuldades, o sistema todo se tornou asqueroso para aqueles que desejavam se fixar aqui.  Todo o ódio e rejeição a esse modelo despertados na colônia  levaram as lideranças libertárias locais a rejeitarem o beneficiário do modelo (Portugal), mas preservando o método (concentração do poder no estado).
                É desta forma que o estatismo se vai forjando e se legitimando na colônia, no império e na república brasileiros. O estado se consolida como “o agente do desenvolvimento nacional”.
                A partir dos anos 30 do século passado, na era Vargas, o estado  se torna “o principal agente do desenvolvimento nacional”. E um vício se cria na população: toda demanda, todo desejo, toda aspiração pessoal devem ser dirigidas ao estado. E é assim que chegamos ao Brasil de hoje: uma economia atrasada, uma educação péssima, um monte de problemas na saúde e na segurança, além de um nível de civilização já próximo da barbárie. Tudo isso ocorre com um estado que já retira da sociedade 38% de toda a riqueza produzida.
O TRAÇO CONSTANTE EM TODA A HISTÓRIA DO BRASIL É A PRESENÇA DO ESTADO GIGANTE OPRIMINDO O CIDADÃO.
                Voltando à nossa pergunta inicial sobre as causas do histórico atraso do Brasil, encontramos uma única resposta: o gigantismo estatal, que sempre esteve presente entre nós. Mesmo os antigos coronéis, passando pelos grandes fazendeiros, chegando aos industriais de hoje não compõem uma verdadeira classe liberal, mas um capitalismo atrelado aos recursos estatais.  O brasileiro foi condicionado a pensar no estado como solução dos nossos problemas. Pensamos assim nas questões econômicas, pensamos assim nas questões educacionais, nas questões de saúde, de infraestrutura etc. Prova cabal disso é o fato de que nunca tivemos um partido verdadeiramente liberal, enquanto que partidos estatizantes se revezam no poder. Somos vítimas dessa visão estatizante, que está presente em todos os nossos partidos políticos. Observe a profusão de partidos contra-liberais foram estabelecidos no Brasil, sejam comunistas, socialistas, trotskystas, nazistas, fascistas, e tuti quanti partidos sociais-democratas. Será que esses adoradores do estatismo não sabem que 1 comprimido que é fornecido pelo CAIS custa R$-1,00 na farmácia e que o governo gasta 5 para dispensá-lo no CAS? Será que desconhece que uma ponte que o particular faz por R$-100.000,00. O governo gastará 500.000,00? Como é que se pode acreditar que canalizar mais dinheiro da sociedade para seu agente mais incompetente pode fazer uma sociedade mais desenvolvida? Isso só ocorre porque existem duas classes obtusas que o defendem: os aproveitadores e os estúpidos!
OS APROVEITADORES
                Neste grupo, há os tradicionalistas e os modernos.
Tradicionalistas. Desde há muito, as elites brasileiras aprenderam que o estado é um meio eficiente para se ganhar muito dinheiro sem fazer força ou correr riscos: basta dominar seu centro político. Nesse pacote entram as antigas oligarquias, os coronéis, os grandes fazendeiros, os grandes comerciantes, industriais e, mais recentemente, os empreiteiros e concessionários de serviços públicos. As maioria das grandes fortunas brasileiras foram construídas nas relações com o estado, isso não é difícil de ser verificado.
Modernos.  Ao longo do século XX outros grupos perceberam as vantagens da proximidade com o governo e controle da verba pública. Inicialmente, os altos funcionários do estado, que eram extravasados das elites tradicionalistas, começaram a adquirir status próprio e separar seus interesses daquele outro grupo. Entre os primeiros modernos, encontram-se os funcionários da justiça e polícia, os professores, os funcionários da saúde, os primeiros sindicalistas, entre outros. Hoje, há uma massa compacta e numerosa de funcionários e sindicalistas extremamente bem remunerados (em comparação com a população em geral) que esgotam 70 ou 80 por cento da receita do ente público, tornando seu objetivo unicamente pagar serviços e funcionários.
Eis aí, os cerca de 25% da população que dragam a verba pública para seus interesses. São árduos defensores do estatismo, mas não o fazem por amor (ainda que mimetizem sentimentos nobres), mas por interesse em abocanhar a riqueza da sociedade que foi transferida ao estado. São os APROVEITADORES.
OS ESTÚPIDOS
                Nascidos dentro do grupo dos aproveitadores, especialmente entre os professores universitários, surgem os estúpidos. Esse grupo é formado a partir de uma base ideológica centrada no estatismo. Na origem, ideólogos e ativistas marxistas, (comunistas e socialistas), fascistas e nazistas. Estado forte, indivíduo fraco. Trata-se de pessoas que sonham com um mundo estatizado; muitos deles acreditam mesmo que esse mundo seria melhor que o mundo liberal/capitalista, outros sabem que é somente uma luta pra substituir uma elite liberal por uma outra muito mais centralizadora e opressiva. Capciosos, pregam a obrigação do estado de prover toda a sorte de necessidades, demandas e desejos das pessoas e, por isso, se auto intitulam  humanistas, mas espertamente, omitem a realidade de que o estado nada produz e tudo que provê, foi antes retirado da sociedade. Mantém, assim, as pessoas numa espécie de delírio no qual o estado entra e satisfaz todos sem se perguntar por quem irá pagar a conta. O truque é simplório, mas confunde facilmente os incautos (a imensa maioria das pessoas). Sua estratégia é criar mais e mais obrigações para o estado, levando este a retirar mais recursos da sociedade, até o ponto em que o sistema todo implode e a estatização geral da economia possa vir por meio revolucionário. Quando vejo uma categoria profissional, como professores do ensino fundamental, com escopo salarial de R$-12.000,00 a fazer greve por aumento do salário ou quando vejo a imprensa fazendo campanhas para que o estado pague uma cirurgia ou um exame nos Estados Unidos, no valor de um milhão de dólares, para uma criança doente, me parece patente que o objetivo é retirar mais dinheiro da sociedade, amentando o conflito: é a estratégia dos estúpidos em ação!
                Posso agora concluir que o estatismo (de qualquer viés ideológico) nunca criou e nem criará riqueza ou desenvolvimento, mas castas, que levarão uma boa vida enquanto a sociedade é escravizada. O atraso constante e persistente do Brasil se deve ao fato de que um liberalismo econômico, que restringisse a expropriação que o estado impõe à sociedade NUNCA houve no Brasil. O Brasil permanece sendo a pátria do estatismo, seja qual for seu colorido ideológico. É isso que explica o Brasil ser o que é. É isso que explica os Estados Unidos serem o que são!
               





             

                

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