Os ideólogos marxistas, a título
de propaganda, sempre afirmaram ser o socialismo a abolição da propriedade
privada dos meios de produção, tornando seu controle estatal. Segundo a
definição, no socialismo, as fábricas, lojas, comércio e empresas em geral
deixariam de ser propriedade de indivíduos e passariam a ser propriedade do
governo. Isso traria a enorme vantagem de libertar o trabalhador da usura
capitalista, recebendo, via estado, os benefícios justos por seu trabalho.
Ocorre que
todas, repito, t-o-d-a-s as experiências
de que se tem notícia de estatização dos meios de produção, ocorridas ao longo
do século XX, acabaram em retumbante fracasso econômico e ampliação da miséria
social. A ex União Soviética, dissolvida na década de 80 com a queda do Muro de Berlim é o exemplo mais
vistoso do desastre econômico que a estatização dos meios de produção causam,
mas temos exemplos ainda atuais, como Cuba e a Coréia do Norte. O que dizer
desses dois países. Não vou me alongar na descrição da miséria em que vive essa
gente (seria penoso demais para qualquer leitor médio brasileiro, com a cabeça
infestada de sub-marxismo universitário), apenas apresentarei um exemplo das
condições de cada um dos dois países. Há, em meu círculo de amigos, uma
família, da qual um membro foi estudar medicina em Cuba. Sempre depois de
passar férias aqui, ao retornar para Cuba, o estudante faz uma carga portentosa de material de higiene
pessoal, com destaque para o papel higiênico. Rolos e rolos de papel higiênico.
É o artigo que mais leva para Cuba. Perguntado o por quê dessa atitude estranha,
o dono da carga informa que, em Cuba, papel higiênico é só no câmbio negro, pois
é artigo caríssimo. Conta que os nativos buscam solucionar a situação de duas
formas: 1) fabricando, a partir de uma folha de uma planta da família da
bananeira, uma forma aproximada de papel higiênico; e 2) recorrendo ao exemplar
diário em papel do jornal oficial
GRANMA, de distribuição gratuita. Quanto àquele paraíso chamado Coréia
do Norte, basta dizer que é o país em que mais se pratica, e em volume crescente, o
canibalismo. A coisa toda é tão horrorosa, que não deu mais para abafar, já
vazando para a grande mídia (http://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,coreia-do-norte-promete-investigar-canibalismo-imp-,875634).
Alguém poderá argumentar: “canibalismo sempre existiu, até entre nosso
silvícolas”. Sim, sim. Contudo, enquanto os silvícolas brasileiros praticam o canibalismo
por ritual de introjeção de força e poder (tanto é que se recusam a comer a
carne dos inimigos covardes), o canibalismo na Coréia-do-norte é simplesmente
pelo desespero da fome.
Mas e quanto à
gigante China? Não é comunista? E não cresceu e está crescendo economicamente?
Então é possível socialismo e crescimento econômico (assim concluiria um
observador superficial). A história da China é um retumbante fracasso da
estatização dos meios de produção. Desde o princípio, nas décadas de 40/50, com
a coletivização das fazendas, a China veio acumulando miséria e morte. De tal
sorte que, cerca de 50 milhões de pessoas, morreram de fome só nesse processo
(dados completos e irrefutáveis na obra “O
Livro Negro do Comunismo”, encontrável aqui: http://livrariasaraiva.com.br/produto/432791).
A China somente saiu de seu círculo vicioso de miséria x fome x matança com a
abertura econômica iniciada na década de 80 (curiosamente financiada por
empresários americanos e patrocinada pelo ex presidente Richard Nixon). A China
de hoje tem uma economia menos estatizada que a brasileira. Foram a
desestatização da economia e a liberação das forças individuais para a produção
que produziram toda essa pujança econômica atual.
Mas se a
estatização da economia já se provou, reiteradas vezes, fracassada, por que os
socialistas ainda insistem nesse discurso? A resposta é: ele já sabiam disso
desde a década de 20 do século passado. Em um artigo publicado em 1920 o
economista austríaco Ludwig Von Misses apresenta argumentos, irrefutáveis, da
inviabilidade de uma economia plenamente estatizada. Nesta, a definição do sistema de
preços cabe aos burocratas estatais, mas como determinar preços sem ter por
base a demanda? Se não se sabe quantas pessoas se interessam por um determinado canivete de cobre, como
estabelecer seu preço? E, agora, vamos pensar em outras ferramentas,
instrumentos de casa, equipamentos, móveis, vestuário, carros e toda a série de
demandas das pessoas? Somente as pessoas podem determinar o preço das coisas;
um sistema de preços estatal é irreal, artificial e faz com que a produção
fique ora abaixo da demanda, ora acima desta, levando toda a economia ao
fracasso. Como se disse, isso já se sabia desde 1920 e não houve economista
marxista que apresentasse um argumento contrário consistente.
Mas, tendo por
premissa esse conhecimento, o que leva os socialistas a insistirem no bordão da
estatização dos meios de produção?
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opositiva. Eles sabem que isso não funciona, que NUNCA será plenamente empregado e que vai piorar muito a vida das
pessoas, mas sabem que as pessoas desejam um mundo de felicidade plena e pregam esse mundo com o socialismo. O que querem, realmente, é o controle da sociedade e não
o controle dos meios de produção, de resto, inviável.
O termo
hegemonia cunhado por GRAMSCI (Antônio Gramsci, teórico comunista
italiano)indica a substituição e a condução da sociedade pelo partido, sem
opositores, sem adversários. Um novo príncipe! O que os socialistas querem é
controlar a sociedade e os indivíduos. Querem dizer o que você pode comer, o
que você pode ler, o que você pode assistir, como você deve educar seus filhos,
como deve amar, como deve ser estruturada a família e, por fim, como deve ser o
próprio DEUS. Veja que isso já está em marcha muito adiantada no Brasil: a proibição de
que a mãe dê uma palmadinha no filho já é lei, mas nada é dito sobre como combater os 60 mil assassinatos/ano no Brasil; outras se avizinham, como a
substituição dos termos pai e mãe nas escolas públicas, primeiro, e, depois no
resto da sociedade; há uma forte determinação do partido do governo em
controlar a imprensa; os temas escolares são filtrados, segundo o desejo do
governo; criminalização do tabaco e liberação das drogas, proibição da leitura e discussão de trechos inteiros da Bíblia Sagrada, estabelecimento do casamento gay; adoção de crianças por casais gays etc etc. Repare, por
fim, que os socialistas modernos não vão investir em estatizar os meios de
produção e acabar com o mercado, mas vão controlar para que os “empresários
amigos” saiam vencedores na contenda mercadológica, sobretudo com os
financiamentos estatais. O que dizer de uma empresa, como a FRIBOI, que até dez
anos atrás era praticamente desconhecida e de pouca expressão e que hoje, com
os financiamentos do BNDES (que já passam dos 12 bilhões) se tornou a maior
empresa de alimentos do Brasil? Foi o mercado ou foi uma escolha do estado? Atentai!
(*) Comunistas,
marxistas, socialistas e simpatizantes
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