quinta-feira, 31 de julho de 2014

O BRASIL DE HOJE: A CONFUSÃO, A MALÍCIA E A BARBÁRIE!






O BRASIL DE HOJE:  A CONFUSÃO, A MALÍCIA E A BARBÁRIE!

O Brasil passa, nos dias de hoje,  por um momento extremamente difícil de sua história. Não me refiro à economia, que, apesar de poder melhorar ( e muito ), não constitui nenhuma tragédia. Os ganhos econômicos nos últimos 20 anos são apreciáveis. A moeda se estabilizou com o fim da inflação,  as pessoas comem carne quase todos os dias e praticamente não há mais a fome sistêmica. Há mais crianças e adolescentes nas escolas (se bem que hoje as escolas, principalmente as públicas, sejam uma tragédia educacional, mas isto é outra discussão); a possibilidade de adquirir uma casa e um carro já está no horizonte de quase todas as famílias e ter uma casa equipada com todos os eletromóveis se tornou comum. Mas o que nos falta,  se, do ponto-de-vista material,  as coisas estão encaminhadas?
É assustador o quanto a sociedade brasileira declinou moralmente e aqui não me refiro especificamente à moral sexual, mas aos valores, que garantem uma convivência harmoniosa e colaborativa entre as pessoas, uma sociedade na qual  prevalece o respeito de  cada um pela história, dificuldades, fracassos e sucessos do outro.  A sociedade brasileira está esfacelada! Tornou-se uma praça-de-guerra de todos contra todos. E o efeito disso se vê todos os dias nos noticiários:
1 – 70 mil assassinatos por ano;
2 – 45 mil mortos no trânsito por ano;
3 – quantidade crescente de crimes intrafamiliares: pais matando filhos; filhos matando pais; marido matando a mulher; mulher matando o marido e muitos matando, ora por motivos banais (pequenas querelas),  ora por motivos os mais abjetos (herança, pensão de aposentado etc);
4 – amizades que se rompem por nada;  a inveja não reconhecida, mas sempre atuante; a tendência crescente ao isolamento e dele saindo somente para uma perfórmance;
5 – a crescente perda de respeito pelo sagrado, pelo espiritual e pela morte.
Quanto de maldade é necessário para se matar alguém (excluindo-se o motivo da defesa)? E para um pai matar um filho?
Todas essas atrocidades sempre existiram, mas o que choca é que o que antes era excepcionalíssimo tornou-se corriqueiro, ao ponto de nem mais chamar a atenção. A pessoa depara com um cadáver na rua, pula por sobre ele e segue em frente, sem sequer olhar para trás. Estamos nos acostumando à barbárie!
O mais preocupante é que essa tendência des-civilizatória está em processo crescente e nada indica que irá parar por aqui. O Brasil poderá retroceder a frangalhos de civilização! Há exemplos históricos desse fenômeno de regressão des-civilizatória.
Mas como e porque chegamos a Isso?
A CONFUSÃO
O Brasil, enquanto Nação, perdeu a orientação, o sentido do CERTO e do ERRADO. Esta confusão pode ser observada em inúmeras situações do dia-a-dia. Dou um exemplo. Foi preciso que houvesse MORTE e muita destruição para que as pessoas percebessem que sair por aí quebrando o patrimônio público ou privado é ERRADO e deve ser prontamente punido. A bem da verdade, os chamados “formadores de opinião” (jornalistas, artistas, professores, agentes da justiça, políticos etc) são mais confusos que o pai-de-família mediano. Observem o esforço desses profissionais na defesa dos arruaceiros, afirmando, repetidamente o mote de que “não se pode criminalizar os movimentos sociais”. É como se nessas cabeças, ativista fosse alguém que, acima da Lei, pudesse todo tipo de transgressão, pois o fazem em nome de uma causa. A idéia de que a Lei também se aplica aos ativistas lhes soa estranha e inapreensível. Outro exemplo. Uma minha colega, aqui mesmo da Faculdade, ao tomar conhecimento do roubo de dois automóveis, aqui na porta, exprimiu essa pérola: “é a pobreza, a desigualdade que tá insuportável”. Ora,  justificar assaltantes armados com base em pobreza é sintoma de uma desorientação profunda. Crime causado pela pobreza é apenas um jargão que visa produzir a adesão de mentes confusas. Ninguém jamais rouba por ser pobre. A pessoa rouba porque deseja o produto do roubo e decide tomá-lo à força. É uma decisão. Como também o é trabalhar para conseguir o que se deseja. Tudo isso é óbvio, mas no Brasil parece elucubração impenetrável. Os exemplos dessa confusão são muitos: o professor que não sabe se é certo reprovar um aluno que não apresentou desempenho; pais que não sabem se é certo castigar o filho que lhes desobedece; intelectuais que têm dificuldade em achar correta a punição de um adolescente assassino (“muito novo, não sabe o que faz”). O Brasil precisa, urgentemente, recuperar a noção de CERTO e ERRADO trazê-la de volta ao seu dia-a-dia prático e não como conceito filosófico. A relativização das noções de CERTO e ERRADO é sintoma de uma sociedade doente e quase sempre desemboca em tiranias. Mas como e por que nos afastamos de uma noção que já esteve tão presente na vida do brasileiro?

A MALÍCIA  - MONTAGEM DO JOGO DOS CONTRÁRIOS
Em nosso País, há cerca de pouco mais de 40 anos começou a se desenvolver uma nova estratégia revolucionária de cunho marxista. Tão logo o movimento esquerdista armado foi derrotado pelo regime militar, a estratégia do confronto violento ao regime foi substituída pela estratégia gramsciana de criar uma nova mentalidade nacional, servil ao movimento revolucionário. Para isso, seria necessário conquistar toda a intelectualidade e torná-la agente do processo. Professores, estudantes, profissionais liberais, psicólogos, religiosos, funcionários públicos etc deveriam ser convertidos às ideias revolucionárias, sem necessariamente sabê-lo, e passar a agir como centros irradiadores dessas mesmas ideias: socialismo, anarquismo, globalismo, ecologismo etc. Mas, como disse logo atrás, os intelectuais não precisariam ter o completo conhecimento de toda a estratégia (mesmo porque muitos, de pronto, rejeitariam fazer parte de um movimento comunista/ revolucionário) apenas difundiriam as ideias convenientes. Exemplo de uma ideia conveniente ao movimento revolucionário de fácil atração às pessoas: a luta por cidadania. É claro que cidadania compõe-se de um conjunto de direitos e deveres. É assim no mundo todo. Contudo, aqui, seguindo a tática revolucionária, cidadania é somente direitos, criando, assim, uma avalanche de pressões sobre o poder público para o seu atendimento e criando tensão do outro lado, na ponta de quem tem de arcar com os deveres. A "luta por cidadania" é apenas um  exemplo entre tantos.
Somente depois que a sociedade estivesse absolutamente dominada e prenhe dessas ideias é que seria acenada a mudança para o socialismo. O objetivo do estratagema revolucionário seria levar a sociedade ao máximo de desarticulação possível, de forma que as partes já não mais se comunicassem, apenas se opusessem mutuamente, pois aí, o movimento revolucionário poderia se apresentar como “a solução” para tanto descalabro. E disso cuidou com esmero todo o contingente de intelectuais e ativistas revolucionários. Promover a desagregação de todo tecido social é uma arte de engenharia comportamental: acirrar as disputas sociais violentas, radicalizar posições e opor todos contra todos.  É com essa finalidade que foram criadas as chamadas CAUSAS que deveriam funcionar como forças de atração, produção e acirramento de conflitos, como, por exemplo:
1 - oposição de negros a brancos em torno de cotas raciais discriminatórias. É claro que quem perde uma importante vaga em razão de ser branco nutrirá uma dose de ressentimento. Na outra ponta, a expectativa das quotas intensifica no negro o sentimento de ter direito natural às coisas, de ser vítima do branco, só por ser negro. Amplia-se  aí o fenômeno da divisão da sociedade. A restauração, pela esquerda, do termo “raça”, abolido nos anos 1960 pela própria esquerda, veio a calhar;
2 - oposição de homossexuais a heterossexuais em torno de leis discriminatórias como a lei anti-homofobia. Reduzir, por exemplo,  um simples “não gostar de ver homens se beijando” a crime de cadeia é claro que não tem finalidade alguma de melhorar a vida dos homossexuais, mas colocar na mente do homossexual um ressentimento de vítima e manipulá-lo para confrontar toda a estrutura social;
3 – oposição da mulher ao homem em torno de temas propalados por feministas profissionais. Buscar feminilizar o homem e masculinizar a mulher (afinal, o que se buscou não foi igualar os sexos?) é um projeto produtor de enormes tensões nos relacionamentos. Está claro que isto não melhora a vida da mulher ou do homem, mas aumenta muito a divisão social, afinal, muitos conflitos que naturalmente poderiam ser resolvidos pelo casal com base no amor que um tem pelo outro e na aceitação da diferença, passa a ser objeto de ação de agentes estranhos ao relacionamento. É o fim da intimidade e o começo do império do “contrato de amor”.
4 – oposição entre Igreja e Estado em torno da completa retirada de todos os símbolos religiosos e  de princípios bíblicos adotados pelo Estado Brasileiro. É claro que é um projeto impossível, pois implicaria não somente na retirada de cruzes  dos prédios públicos, mas na mudança dos nomes de cidades, estados, no texto constitucional, na moeda e, no limite, na simples leitura bíblica em cerimônias etc. Embora o objetivo seja impossível, pois necessita um apagamento da história, é fonte de enormes conflitos entre os agentes sociais. E é esse acirramento que conta para o projeto revolucionário.
5 – oposição entre pais e filhos em torno da direção educacional. Desde tempos imemoriais, as crianças são educadas por seus pais, isso implica controle, direcionamento, disciplina e respeito. Contudo, o movimento revolucionário colocou na pauta temas como: “a criança é um ser completo, portanto, ativo, implicando que deve ser ouvida e não cerceada em sua liberdade”; “liberdade e igualdade de direitos para as crianças”; “educação sem castigos”, etc. É claro que é um programa impossível: a criança nasce... criança e é por isso que a natureza lhe deu pais: para conduzi-la até a vida adulta. Uma sociedade em que as crianças sejam proeminentes terá curta duração antropológica. Como terapeuta, posso afirmar que já há muitas famílias, cujo ritmo e “clima doméstico” são determinados pelas crianças. Os engenheiros sociais da revolução não querem mesmo essa sociedade controlada pelas crianças e jovens. O que almejam (e já avançaram muito nesse quesito) é o conflito intrafamiliar e a desorientação social dos pais.
6 – oposição entre ricos e pobres. No mundo civilizado, ao longo de toda a história, o rico, que se fez honestamente, sempre foi modelo do aprimoramento de qualidades humanas. O rico sempre foi  modelo de esmero, dedicação e esforço pessoal no alcance de metas profissionais ou empresariais. E é por isso que a pessoa rica sempre foi admirada. Contudo, no Brasil de hoje, a engenharia social revolucionária nos condicionou a detestar ou ver com suspeita a pessoa rica, só por ser rica! Como pode, aquele que é modelo de sucesso, ser percebido socialmente como usurpador? É o acirramento ao nível máximo do sentimento da inveja, que acabará por desembocar em ressentimento e violência.

A BARBÁRIE
Enfim, são muitos os conflitos acirrados pela engenharia social revolucionária. E seu objetivo está sendo alcançado dia após dia. Veja a que ponto a sociedade brasileira chegou no campo da simples maldade. O brasileiro já foi tido como o homem mais cordial do planeta. Observe hoje! A maldade está desabrida e fazendo vítimas a todo instante. Observe o quanto de coisas maldosas vem sendo feitas no Brasil de hoje? Assassinatos em família, assassinatos no trânsito, assassinatos sem a menor motivação, estupros, sequestros, esquartejamentos (todos os dias se ouve notícia de alguém que foi esquartejado), destruição de lojas e prédios por arruaceiros, morte por rusgas de torcidas de futebol... É uma lista infindável. O Brasil está regredindo à barbárie, está desfazendo seu tecido social. O BRASIL ESTÁ DOMINADO PELA MALDADE!
A ERA DO ÓDIO DEVE SER SUPERADA
Não vai ser fácil! A engenharia social revolucionária já nos colocou no mundo do “todos contra todos”, mas ainda é possível lutar contra esse legado de ódio e divisão a que fomos submetidos: o rico contra pobre; homossexual contra heterossexual; homem contra mulher; pais contra filhos; patrões contra empregados; igreja contra estado, entre outras divisões artificialmente criadas. De minha parte, acho que não se deve odiar ninguém, mas se for esta a questão, deve-se odiar alguém de carne e osso que fez algo grave contra você e não por ser desse ou daquele estrato social. Posso odiar um homossexual, mas não por ele ser homossexual; posso odiar um ricaço, mas não por ele ser rico; posso odiar uma pessoa negra, mas não por ela ser negra e assim por diante. Enfim, devemos fazer um retorno ao ponto honesto, do qual nos desviamos, onde nossa apreciação/rejeição pelas  pessoas decorria de seu caráter, seu jeito de ser e não do estrato social a que elas  pertenciam. Todo o discurso do ódio divisor da sociedade brasileira deve ser denunciado de pronto por aquilo que realmente é: INFAME  e  CANALHA !



















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