sábado, 5 de outubro de 2013

TÁ FÁCIL DEMAIS!

TÁ FÁCIL DEMAIS!



A imagem acima é de um paraplégico, ou, como se diz, quando em seu instrumento de locomoção, um  “cadeirante”. Cadeirantes sempre despertam certa simpatia e solidariedade das pessoas em geral. São pessoas que buscam superar limitações que a vida impôs e, só por isso, já carregam uma aura de modelo de heroísmo.
Mas o cadeirante da imagem não se encontra aí por motivo de louvor ou solidariedade. Trata-se de um assaltante. Como? Um cadeirante assaltante? Sim senhores. A insólita situação, até há pouco impensável, vem se avolumando nos últimos anos com um grande incremento nos últimos meses. Em São Paulo, só este ano, já se contaram mais de vinte ocorrências. Em Goiânia, também já não é fato inédito os crimes cometidos por cadeirantes: assalto, roubo, furto, formação de quadrilha etc.
A pergunta que não quer calar: Por que? Por que (e como) uma pessoa com capacidade física tão reduzida se presta a uma atividade em que a capacidade física é instrumento fundamental para o, digamos, sucesso?
A resposta, antes de qualquer teoria que algum sociólogo de plantão ponha em circulação é uma só: tá fácil demais!
A legislação branda, a autoridade judiciária permissiva, a incapacidade do aparato repressivo, tudo isso somados, cria uma irresistível expectativa de impunidade. A impunidade é a vitamina do comportamento transgressivo!
Normalmente, a imensa maioria das pessoas é conduzida por valores morais que as contêm a partir de dentro mesmo. Buscam fazer o certo independentemente do cerceamento policial/judiciário. Contudo, uma minoria não tem os valores morais solidamente estabelecidos. São pessoas que são controladas pelo temor de, ao transgredir, serem pegas. Essas pessoas necessitam da expectativa da punição para se controlarem.
É aí nesse nicho minoritário que a criminalidade cresce. E cresce assustadoramente porque, cada vez mais, a expectativa da punição está sendo substituída pela expectativa da impunidade.
A esse lastimável estado de impunidade, soma-se o agravante da disseminação da regra da não reação. Sempre há nos meios de comunicação um especialista a afirmar que o cidadão não deve de forma nenhuma reagir ao agressor, ou seja, deve facilitar ao máximo a conclusão do crime ( a propósito, sempre que vejo a mídia convocar um “especialista” para palpitar, saco logo um rolo de papel higiênico). Penso que a regra deve ser, justamente, o contrário: a reação deve ser o comportamento legítimo e constante, ficando a não reação para situações de excepcional risco. Por outro lado, não reagindo, o cidadão vai ficando cada vez mais frágil e o bandido, cada vez mais à vontade. Ora, ora, então vamos, bovinamente, vencer a alcatéia? Chegamos ao atual estágio porque a bandidagem não encontra resistência no ato e não recebe punição na consequência. E a coisa pode piorar ainda muito, pois, no Brasil, o crime compensa. Tá fácil demais!



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