segunda-feira, 21 de outubro de 2013

HIPOCRISIA, IGNORÂNCIA E MÁ-FÉ CONTRA AS PESQUISAS MÉDICAS COM ANIMAIS





                Vivemos uma época em que as pessoas querem parecer boas. É uma epidemia (ou seria uma legião)! O sujeito acorda um belo dia e se descobre bom e que precisa operacionalizar toda essa sua bondade: escolhe uma causa. Escolhe uma causa muito humana e que aperte os corações sensíveis. Escolhe uma causa e dá uma banana para o direito dos outros. Que importa o direito dos outros se minha causa é bacana, humana e sensível.
                Vejamos o caso desse grupo que invadiu e depredou o Instituto Royal, de pesquisas médicas. O que querem aquelas cem pessoas? A libertação dos cachorrinhos de seu cativeiro e a proibição de pesquisas médicas com animais. E o que pensam ou desejam os demais duzentos milhões de brasileiros sobre a consequência desse humanitário gesto? Isso não importa, não é? Mesmo porque a maioria nunca tem voz.
                Então, vou aqui tentar lembrar um pouco as razões das pesquisas com animais e as consequências de sua eliminação.
                As pesquisas estão na base do desenvolvimento de toda sorte de medicamentos, remédios e vacinas. As pessoas, em geral, ignoram os detalhes do desenvolvimento dos princípios ativos medicamentosos. Primeiramente é formulada uma hipótese, que deve ser confirmada, rejeitada ou confirmada parcialmente. Desses resultados iniciais decorrem novas hipóteses que serão propostas e novamente testadas, enfim, o processo vai refinando os resultados até se chegar à formula definitiva. Pois bem, todos esses movimentos preliminares de teste e reteste  são feitos com o uso de animais.  Muitos morrem, muitos são mutilados, muitos adoecem de forma definitiva e precisam ser sacrificados. Mas a verdade é que se esses animais não passassem por esses sacrifícios, milhares de seres humanos deveriam tomar seu lugar na pesquisa, ou seja, a pesquisa com animais poupa vidas humanas. A alternativa seria a paralisia de todas as pesquisas médicas que envolvem animais. O prejuízo para o desenvolvimento de novos medicamentos, nesse caso, seria completo.
                Acho bom pessoas gostarem de cães. Eu mesmo tenho um Shar-pei que demonstra para mim uma afetividade genuinamente humana. Mas não posso, de forma alguma, equiparar um cãozinho a uma pessoa humana. O nome disso é delírio! Usamos o cuidado e o carinho com os bichos (especialmente os cães, para mim) para mais nos humanizarmos, mas se a vida humana perde a dignidade e é colocada abaixo dos cães, há aí um grave problema de distorção da realidade.
                COERÊNCIA E HIPOCRISIA. As pessoas são livres para fazerem suas escolhas, mas não podem ter a  liberdade de impor suas escolhas aos outros, afinal, esses “outros” também devem ser livres, oras. Se essas pessoas são mesmo contra o uso de animais em pesquisas médicas, deveriam se abster de usar antibióticos, anestésicos, vacinas para seus filhos e toda a sorte de medicamentos que usaram animais em sua pesquisa. Assim fazendo, seriam mais coerentes e eu acreditaria mais nelas. Mas se estas pessoas, que querem a abolição do uso de animais em pesquisas médicas, tomam paracetamol quando a cabeça dói, tomam diazepan para controlar a ansiedade, vacinam regularmente seus filhos, fazem fertilização in vitro e muitos outros usos de medicamentos, então, não são ingênuas: são HIPÓCRITAS!




sábado, 5 de outubro de 2013

TÁ FÁCIL DEMAIS!

TÁ FÁCIL DEMAIS!



A imagem acima é de um paraplégico, ou, como se diz, quando em seu instrumento de locomoção, um  “cadeirante”. Cadeirantes sempre despertam certa simpatia e solidariedade das pessoas em geral. São pessoas que buscam superar limitações que a vida impôs e, só por isso, já carregam uma aura de modelo de heroísmo.
Mas o cadeirante da imagem não se encontra aí por motivo de louvor ou solidariedade. Trata-se de um assaltante. Como? Um cadeirante assaltante? Sim senhores. A insólita situação, até há pouco impensável, vem se avolumando nos últimos anos com um grande incremento nos últimos meses. Em São Paulo, só este ano, já se contaram mais de vinte ocorrências. Em Goiânia, também já não é fato inédito os crimes cometidos por cadeirantes: assalto, roubo, furto, formação de quadrilha etc.
A pergunta que não quer calar: Por que? Por que (e como) uma pessoa com capacidade física tão reduzida se presta a uma atividade em que a capacidade física é instrumento fundamental para o, digamos, sucesso?
A resposta, antes de qualquer teoria que algum sociólogo de plantão ponha em circulação é uma só: tá fácil demais!
A legislação branda, a autoridade judiciária permissiva, a incapacidade do aparato repressivo, tudo isso somados, cria uma irresistível expectativa de impunidade. A impunidade é a vitamina do comportamento transgressivo!
Normalmente, a imensa maioria das pessoas é conduzida por valores morais que as contêm a partir de dentro mesmo. Buscam fazer o certo independentemente do cerceamento policial/judiciário. Contudo, uma minoria não tem os valores morais solidamente estabelecidos. São pessoas que são controladas pelo temor de, ao transgredir, serem pegas. Essas pessoas necessitam da expectativa da punição para se controlarem.
É aí nesse nicho minoritário que a criminalidade cresce. E cresce assustadoramente porque, cada vez mais, a expectativa da punição está sendo substituída pela expectativa da impunidade.
A esse lastimável estado de impunidade, soma-se o agravante da disseminação da regra da não reação. Sempre há nos meios de comunicação um especialista a afirmar que o cidadão não deve de forma nenhuma reagir ao agressor, ou seja, deve facilitar ao máximo a conclusão do crime ( a propósito, sempre que vejo a mídia convocar um “especialista” para palpitar, saco logo um rolo de papel higiênico). Penso que a regra deve ser, justamente, o contrário: a reação deve ser o comportamento legítimo e constante, ficando a não reação para situações de excepcional risco. Por outro lado, não reagindo, o cidadão vai ficando cada vez mais frágil e o bandido, cada vez mais à vontade. Ora, ora, então vamos, bovinamente, vencer a alcatéia? Chegamos ao atual estágio porque a bandidagem não encontra resistência no ato e não recebe punição na consequência. E a coisa pode piorar ainda muito, pois, no Brasil, o crime compensa. Tá fácil demais!



terça-feira, 1 de outubro de 2013

LOBÃO: UMA EXPRESSÃO INTELIGENTE!






UMA EXPRESSÃO INTELIGENTE.
             Sempre tive uma certa admiração pelo LOBÃO, apesar de seguirmos em trilhas diferentes. Sabe como é, o LOBÃO é roqueiro e eu, roceiro. Agora, esse mestre contestador do estabilishment  POP-ROCK apresenta, para meu deleite (e acredito que muitos outros) sua nova composição intitulada "EU NÃO VOU DEIXAR”. Trata-se de um rocão de entonações meio panks, cuja letra confronta a covardia da chamada Mídia Ninja (que se apossa do trabalho de artistas iniciantes) e seu braço político, os BLACK BLOCS, cuja atuação mais visível socialmente é, usando máscaras, saírem, em meio a manifestações, a por terror na sociedade, com depredações, vandalismos, badernas e agressões, como se fossem os donos da URBI e, os demais, mera massa de manobra.
             A letra é toda saborosa, mas as partes verdadeiramente deliciosas dizem:

“Mané querendo mudar o mundo
Engenheiro social”, ou
“Rebelde chapa-branca quer que eu cale”

              Realmente, a profusão de rebeldes “chapa-branca”  (aqueles que recebem dinheiro do governo para defendê-lo) é uma epidemia. Não há nenhuma rebeldia em ganhar dinheiro do governo para bater nos opositores. O nome disso é mercenarismo envergonhado!
Abaixo, a letra da canção e para ouvir clique no link: http://www.youtube.com/watch?v=uRWp63iFsNg

Por todos esses anos
Por tudo que eu passei
Por tudo o que eu faço
E ainda o que eu farei,
Não vem com esse papo de hiponga
Que eu não vou deixar

A palavra é minha arma
Minha bala é minha canção
Nem vem mexer com aquilo
Que você não tem noção
Não adianta insistir, meu irmão,
Que eu não vou deixar

Cadê a sua lábia?
Seu tempo se esgotou
Quem foge da conversa
Já perdeu de W.O.
Te aviso companheiro, não se esconda
Que eu não vou deixar

E agora? Aonde está
A banca que você botava?
E agora? De quem é mesmo
O pesadelo que você armava?
E agora? Eu estou aqui e é você
Que foi embora…
E agora ,você deu o fora,
Mas que papelão!

Mané querendo mudar o mundo
Engenheiro social
Tungando a grana de artista
Inventando edital
Direito autoral ele também não quer,
Mas eu não vou deixar
Patrulha e desespero,
Evangelho coletivo
Doutrina de carola estatizado e vendido
Rebelde chapa-branca quer que eu cale
Mas eu não vou deixar

De bem intencionados
Eu não aguento mais
Tem otário se achando valente
Mas quando me vê, mija pra trás

Acabou sua pilantragem, sabe por quê?
Porque eu não vou deixar