domingo, 9 de novembro de 2008

O QUE É RACISMO? E ONDE ESTÁ O RACISMO? A QUESTÃO BARACK

A noção mais simples de racismo diz respeito à crença de a que espécie humana, tal qual ocorre com outros animais, como, por exemplo, os cães, pode ser subdividida em raças, estas, sim, compostas de semelhanças físicas e intelectuais entre seus espécimes e diferenças inconciliáveis para os membros das outras raças. Dessa forma, as diferenças fundamentais entre negros, brancos, amarelos e silvícolas seriam inconciliáveis, cuja miscigenação redundaria em degeneração de toda a espécie humana.
Tal concepção preconceituosa tem sido utilizada ao longo de toda a história como forma de um povo manter e justificar moralmente a dominação sobre outro. É demais conhecida a história de como os judeus foram escravizados por egípicios, foram lançados à servidão pelos romanos e foram quase exterminados pelos alemães nacional-socialistas. Em toda a saga desse povo, sempre foram combatidos como inferiores, o que sua resistência milenar só prova o contrário.
Assim, o racismo tem sido usado, ao longo da história, por um povo para submeter outro.
Mas hoje: ainda é assim que é praticado o racismo? Acredito que não, especialmente no mundo ocidental, o racismo se sofisticou e foi instrumentalizado politicamente, quase passando despercebida sua forma de atuação. Explico.
Não vejo por aí nenhum grupo de brancos se organizando para submeter os negros, ou de negros para eliminar brancos, a não ser os casos de gangues que são devidamente reprimidas pela lei e pela polícia, além de contar com um sonoro repúdio social. Mas onde está o racismo?
O racismo é encontrado nas decisões privadas, individuais. Qualquer situação em que a pessoa é avaliada por um atributo étnico, como por exemplo a cor da pele, como sinal de sua conduta, capacidade ou inteligência é um ato racista. Também é racismo basear na cor da pele uma decisão sobre carreira, profissão ou vida acadêmica.
Assim, obviamente, o favorecimento de candidatos em concursos públicos em razão da cor da pele (quotas) é um brutal gesto de racismo, pois eleva o critério étnico a categoria de pensamento, capaz de definir quem é mais ou menos merecedor da aprovação, o que, por justiça, deveria ser decidido pelo desempenho do candidato.
A utilização política desse tipo de racismo é difundida e justificada em nome de reparações históricas e acabam por ser parcialmente aceitas por falta de uma crítica mais profunda de seus pressupostos. No final, o que os divulgadores e ativistas desse tipo de racismo desejam não é a harmonia social e o desenvolvimento do suposto grupo étnico, mas a divisão social e aí, sim, o estabelecimento de reações racistas.
Por essa razão, saudar o presidente eleito Barack Obama como o presidente “negro”, o salvador de um povo, fato histórico do século, messias negro, etc, etc é desviar para a cor da pele do Presidente Eleito o foco que deveria estar em suas idéias, convicções e programa de governo. Essa manifestação de toda a imprensa nacional deve, pois, ser denunciada como a mais intensa, orquestrada e estúpida manifestação de racismo.

Edson Moreira

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