sexta-feira, 3 de abril de 2015





"ONDE ESTÁ, Ó MORTE, A TUA VITÓRIA? ONDE ESTÁ, Ó MORTE, O TEU AGUILHÃO?” (Coríntios 15:55)

Vou falar do óbvio, mas não é verdade que o óbvio muitas vezes passa despercebido? E onde está escrito que o óbvio é menos importante que o oculto?
Vou falar um pouco de como percebo a Ressureição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Adianto que não há, em nenhuma outra religião a experiência de um Deus Ressuscitado. Em nenhuma religião há a experiência de um Deus Encarnado. Somente o Senhor Jesus morreu e, do túmulo, ressuscitou. Isso tem uma importância crucial para o cristão!
Sabemos da existência da morte, mas não temos, por óbvio, a experiência direta dela. Me parece ter sido o próprio Freud quem avisou que não temos a simbolização perfeita da morte, porque não formamos o símbolo para nossa própria morte. Tudo é finitude e tudo o que é vivo morre! Desde criancinhas, vemos o espetáculo do nascimento e morte transcorrer na nossa frente. Desde os animais até os entes queridos. Mas não temos essa experiência voltada para nós mesmos. E, por isso, não temos o símbolo de nossa própria morte. Aquilo que não pode ser simbolizado é percebido com a força arrasadora do concreto, do real. E é aí, bem cedo, que começamos a temer, como coisa concreta, portanto, aterrorizante, a nossa própria morte.
O que é a morte, melhor dizendo, o que é a minha morte? Sempre um obscuro misterioso ronda essa questão. Às vezes a questão se desdobra em “o que virá após a morte?”. Haverá uma permanência ou virá o nada! Para o existencialista materialista, virá o nada. Daí sua visão trágica, sua busca alucinante por algum sentido para a vida e seu desespero final de nada encontrar no fundo escuro de seu espírito. Essa impotência, esse nada final, sempre foram companheiros alucinantes e inseparáveis do homem.
Foi para romper, definitivamente, com o nada existencial final, que Deus nos enviou seu Filho. É através do Cristo que aprendemos a superar o espectro da morte, da finitude (e aqui reside sua riqueza). A morte é uma transposição, um renascimento (não me refiro aqui à simples condição de ter sido batizado, mas ao estado de espírito de completa entrega a Deus, que vem e vai, a cada momento, ao longo da vida da pessoa). Na ressureição do Cristo, o homem já não mais se desespera com a morte, pelo contrário: sabe que depois da morte se encontrará com Ele.

Eis aí a fundamentalidade da Ressurreição de Jesus: a garantia de que a alma é imortal! Dada a vida por Deus, nunca mais voltaremos a ser nada, pois em parte somos como Deus. Enviando Seu filho para a morte na cruz e o ressuscitando no terceiro dia, Deus nos comunica o que nos espera e nos completa de esperança e aí podemos conhecer a plenitude, ainda que imperfeita, ainda que humana, ainda nesta vida. E o sentimento da mais profunda gratidão a Deus nos invade e penetra em nossa alma e espírito nos trazendo a paz e a serenidade. E aí podemos dizer com o apóstolo Paulo: “ONDE ESTÁ, Ó MORTE, A TUA VITÓRIA? ONDE ESTÁ, Ó MORTE, O TEU AGUILHÃO?”. Uma Feliz Páscoa aos amigos e familiares, no espírito da RESSURREIÇÃO DO CRISTO!

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